O acidente acontece onde a prevenção falha e desafio qualquer especialista a me provar o contrário. Sabemos que existem três colunas de base de sustentação das ações prevencionistas.
A primeira é a questão do investimento. Não dá para imaginar uma modificação dos comportamentos em um ambiente de trabalho movido por mágica. Tem que existir, minimamente, investimento para a implementação das ações.
A segunda coluna é o comprometimento. Não podemos admitir nenhum programa de gestão de saúde e segurança no trabalho em que as partes envolvidas não sejam devidamente comprometidas. Quando eu falo comprometida, eu entro na questão da visão tripartite, que é protagonizada pela OIT - Organização Internacional do Trabalho. Nesse aspecto, temos que ter o comprometimento do governo, em fazer o papel do Estado regulador e de cobrador das ações; do empresário, que precisa entender que Saúde e Segurança do Trabalho fazem parte do negócio da empresa. Um grande problema que temos hoje, é que o esse empresário foi educado para buscar resultados nos seus processos. As questões de ambiente de trabalho com qualidade estão implícitas, pois, sabemos que esse quesito reflete diretamente nos resultados da empresa; e do trabalhador, que possui sua parcela nesse tema, especialmente, seus representantes do movimento sindical. O principal interessado nas questões de saúde e segurança do trabalho é o próprio trabalhador, com isso ele tem que ter responsabilidade dentro do processo, anexando o controle social a suas, através da informação - que é a terceira coluna - ou do sindicato que o representa.
Existe um questionamento sobre o papel de cada uma dessas três partes que citadas. Começando pelo governo, nós entendemos que se hoje o assunto SST está estagnado. Isso se deve, principalmente, pela falta de ações integradas. Constatamos que existe vontade política, entretanto, isso não basta. Apenas com essa vontade não convergimos em nada que tenha uma sustentação coerente e fácil de mensurar para medirmos o desempenho e a busca do resultado progressivo. Então, o Governo tem que parar com essa indústria de normas e leis, e cuidar bem das existentes, buscando, assim, um modelo de integração, com critérios que possibilitem que a destinação dos recursos contingenciados para a saúde e segurança dos trabalhadores cheguem até os destinatários, sabendo-se que atualmente 90% desses recursos não chegam em seu objetivo/fim.
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